Três apagões e um empate
Fonte: PERY NEGREIROS - Diário do Nordeste
REPÓRTER
| Zagueiro Anderson comemora primeiro gol do alvinegro: lance ocorrido no final do primeiro tempo gerou um princípio de confusão entre as duas equipes na saída para o intervalo e foi apenas um dos vários momentos inusitados de ontem | |
| | Grupos de jogadores esperam a chegada da energia para o reinício da partida no Estádio Castelão |
Em jogo tumultuado por quedas de energia no Castelão, Ceará empata com Guarani e agora está a uma vitória do acesso
Mais de 56 mil pessoas assistiram a um empate tumultuado do Ceará com o Guarani, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O 2 a 2 foi marcado por muita emoção, que se potencializou, tomando requintes de crueldade, por conta de três quedas de luz em parte dos refletores do estádio.
Com o resultado, o alvinegro chegou aos 64 pontos na competição e teve sua vantagem diminuída para o quinto colocado, o Figueirense, que venceu o Bragantino, em Florianópolis, por 2 a 1, e foi aos 60. Com isso, o Vovô terá de esperar mais uma semana para tentar garantir de vez o acesso à Série A.
Na próxima rodada, a equipe de Paulo César Gusmão vai a Campinas/SP, onde enfrenta, no sábado, 21, a já relaxada Ponte Preta. A vitória nessa partida, independente de qualquer outro resultado, levará o Ceará à elite do futebol nacional.
Emoção e angústia
O jogo começou e o goleiro Douglas, do Bugre, já ameaçava ser o herói do dia, fazendo ótimas defesas e contando, vez por outra, com a sorte. Foi o que aconteceu quando Preto bateu, de pé esquerdo, de fora da área, e a bola explodiu no pé da trave esquerda do camisa 1 alviverde.
O Ceará intensificava a pressão em busca do primeiro gol e assim foi, até os 46 minutos, quando o meia bugrino Caíque, fez boa jogada pela direita e bateu cruzado para o gol. Léo Mineiro, que entrava sozinho do lado oposto, apenas colocou para dentro: 1 a 0.
Porém, a reação do Ceará não demorou mais que um minuto. Geraldo, com um passe de cabeça, encontrou Anderson livre na área. Ele chegou antes do goleiro e empatou. O gol alvinegro gerou revolta no time paulista, que reclamava impedimento do zagueiro no lance e houve um princípio de confusão na saída para os vestiários.
Na volta para a segunda etapa, mais do mesmo, e o Ceará pressionava, parando na segurança do goleiro Douglas. No momento em que a virada parecia vir a qualquer instante, aconteceu a primeira queda de energia, aos 18 minutos, do lado oposto às cabines de rádio.
Após mais de meia hora de jogo paralisado, a luz retornou com o Ceará em cima, buscando o gol da vitória. Mas foi a equipe visitante que encaixou um belo contra-ataque, culminando em mais um gol de Léo Mineiro.
Para desespero da torcida do Ceará, sete minutos depois, os refletores voltaram a falhar e a partida teve de parar de novo, causando mais angústia aos alvinegros. Muitos, inclusive, saíram do estádio nesse intervalo.
A luz voltou mais uma vez, e os que ficaram viram o Ceará empatar a partida de forma inusitada: num cruzamento do volante João Marcos, da altura da intermediária, que passou por toda a área e morreu no canto esquerdo de Douglas.
Para fechar a noite dos apagões, a terceira queda de energia aconteceu exatamente no momento em que o árbitro encerrou o jogo.
DEVER CUMPRIDO
Atletas destacam luta até fim do jogo
Antes do início do jogo, ninguém poderia imaginar que um empate com o Guarani (2x2), dentro do Castelão, fosse bem recebido por jogadores e torcedores. Mas foi o que acabou acontecendo ontem.
"Foi um jogo bastante emocionante. Quem ficou no estádio após o segundo apagão viu que lutamos até o fim e que merecíamos a vitória. O importante é que estamos a apenas três pontos do acesso, sem depender de ninguém", frisou o capitão Geraldo.
O zagueiro Anderson, autor do gol de empate (1x1), revelou que para ele esse momento foi único na sua vida. "Depois de tirar o time do sufoco, fazendo o primeiro gol pelo Ceará, e ver o Castelão inteirinho gritar o seu nome é uma emoção que não tem precedente".
O volante João Marcos, que também anotou o seu primeiro tento vestindo a camisa do Vozão, confessou que não viu a bola entrar. "Só fui saber que o gol tinha sido mesmo meu no vestiário, depois que perguntei ao Mota se ele tinha desviado e ele disse que não".
Já o atacante do Guarani Nei Paraíba, ex-atleta do Fortaleza, afirmou que o "resultado foi justo e que tanto Guarani como Ceará, pelas campanha que estão fazendo, merecem subir.
NO CASTELÃO
Queda de energia e muita confusão
Por muito pouco, o jogo de ontem não teve o seu final transferido para hoje de manhã, por causa de três apagões
Os mais de 56 mil torcedores presentes ontem à tarde/noite no Castelão tiveram o dissabor de ver a partida entre Ceará e Guarani ser interrompida em duas ocasiões, por conta de três apagões.
O primeiro aconteceu aos 19 minutos do segundo tempo e durou 46 minutos. Enquanto os dirigentes do Guarani preferiam que o jogo fosse suspenso para ser concluído amanhã, o Ceará, que pressionava de todas as formas o Bugre, defendia a continuidade da partida, o que acabou acontecendo. Ocorre que, na volta da energia, quem se deu bem foi o time visitante, que marcou o segundo gol. Quando faltavam exatamente 11 minutos para o encerramento do confronto, outra queda de energia no Castelão.
Após novo restabelecimento, depois de 22 minutos, a história mudou. O Bugre, que tinha a vitória nas mãos, cedeu o empate e por pouco não perdeu o jogo. No instante em que o árbitro carioca Luís Antônio Silva apitou o término do confronto, após quatro minutos de acréscimos, o terceiro apagão veio e foi saudado com uma tremenda vaia da torcida que já se preparava para ir embora.
A versão da Secretaria de Esportes foi de que a subestação do lado leste do Castelão se desarmou com as quedas de energia que ocorreram desde a última sexta-feira. Para suprir essa carência, o gerador da praça esportiva foi utilizado. O problema é que, após algum tempo, ocorria um superaquecimento e o aparelho deixava de funcionar. Daí as seguidas panes.
Confusão
Além dos conflitos causados por conta dos seguidos apagões, houve confusão quase que generalizada no intervalo, logo após a marcação do gol do empate inicial do Alvinegro, anotado pelo zagueiro Anderson. O defensor do Vozão, entretanto, estava em condição legal. Até os técnicos Paulo César Gusmão e Vadão participaram do bate-boca. O árbitro Luís Antônio Silva, que se encaminhava para o vestiário do outro lado, retornou com a presença da polícia, mas não expulsou ninguém. O zagueiro reserva do Guarani, Márcio Alemão, que já esteve em Porangabuçu, foi outro que saiu do banco para tomar satisfações com os alvinegros.
DE OLHO NA ELITE
Figueirense ganha e entra de vez na briga
O Figueirense venceu o Bragantino de virada por 2 a 1, ontem, pela Série B do Campeonato Brasileiro e manteve as esperanças de subir para a elite do futebol nacional em 2010. Com o resultado, o Figueirense chega aos 60 pontos, se mantendo em 5º lugar. O Bragantino segue no meio da tabela com 50 pontos.
O primeiro tempo da partida foi bastante movimentado e os times criaram boas chances. No entanto, os gols da partida saíram na etapa complementar.
As duas equipes voltam a campo no sábado. O Figueirense recebe Duque de Caxias no Estádio Orlando Scarpelli. Já o Braga encara o Brasiliense.
FICHA TÉCNICA
CEARÁ2
Lopes; Boiadeiro, Fabrício, Anderson e Fábio Vidal (Jorge Henrique 18/2ºT); Michel, Heleno (Reinaldo 28/2ºT), João Marcos e Geraldo; Preto (Sérgio Alves 30/2ºT) e Mota. Técnico: Paulo César Gusmão.
GUARANI2
Douglas; Maranhão, Dão, Bruno Aguiar e Eduardo (Andrezinho); Cléber Goiano, Léo Mineiro, Luciano Santos e Caíque; Fabinho (Glauber 32/1ºT) e Ricardo Xavier (Ney Paraíba 34/2ºT). Técnico: Vadão.
Competição: Série B do Campeonato Brasileiro. Estádio: Castelão, em Fortaleza (CE). Data: 14 de novembro de 2009. Horário: 16 horas (horário cearense). Público: 51.399 pagantes Renda: R$ 686.151,00 Árbitro: Luis Antônio Silva (RJ). Assistentes: Márcia Lopes Caetano (Fifa-RO) e Luiz Carlos Teixeira (BA). Gols: Léo Mineiro (46/1ºT e 27/2ºT); Anderson (47/1ºT) e João Marcos (42/2ºT) Cartões amarelos: Dão, Cléber Goiano e Glauber (GUA). Preto e Anderson (CEA)
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