domingo, 7 de junho de 2009

EVENTOS E ESPORTES


Torneio abre caminhos para o turismo
Obras estruturantes contribuirão para a atração de novos investimentos e para o turismo de eventos

Para a economia brasileira, e sobretudo para os estados que sediarão o evento, o que é mais importante, relacionado ao fato de o Brasil sediar o mundial de futebol de 2014, avalia Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, é que o torneio contribuirá para antecipar investimentos que normalmente já seriam realizados, mas que, por exigências externas, deverão obedecer rigorosamente um cronograma para serem entregues. ´Isto é o que há de mais positivo, principalmente para o Brasil, que sempre teve dificuldades de cumprir prazos´, argumenta o especialista.
Segundo ele, não se pode negar que estes investimentos terão um peso muito forte para as cidades-sede. ´Parte das obras que serão feitas permanecerão mesmo depois do torneio, pois são estruturantes, contribuindo, assim, para a atração de novos investimentos e para o turismo de eventos e de atividades esportivas´, fala. Porém, neste momento, afirma o economista, ainda não é possível apresentar números precisos sobre os benefícios econômicos de o Brasil organizar uma copa do mundo.
Entretanto, para se ter uma idéia da dimensão de um evento desta natureza, dados que circulam entre analistas apontam que na Alemanha o PIB teria aumentado meio ponto percentual por causa da Copa de 2006, mas o governo alemão avalia que os efeitos positivos ainda continuarão emergindo durante muitos anos.
A Fifa calcula que, para abrigar o evento, a Alemanha recebeu investimentos, entre públicos e privados, da ordem de US$ 8 bilhões a US$ 10 bilhões (cerca de R$ 15,5 bilhões a R$ 19,4 bilhões), mas apenas os cinco milhões de torcedores que compareceram aos jogos geraram um faturamento de US$ 3,7 bilhões (aproximadamente R$ 7,2 bilhões).
Antes, em 2002, o governo japonês chegou a ser criticado por ter desembolsado, em meio uma recessão, boa parte dos US$ 5 bilhões (R$ 9,7 bilhões) de gastos em infra-estrutura para organizar o torneio, que sediou junto com a Coréia do Sul. Porém, estima-se que a Copa tenha adicionado 0,6 ponto percentual ao PIB japonês e 2,2 pontos percentuais ao indicador sul-coreano. No caso da África do Sul, onde será realizada a próxima Copa, em 2010, já se fala que o volume direto que vai ser adicionado ao PIB será de US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 6,8 bilhões) e US$ 1,2 bilhão (R$ 2,3 bilhões) deverão parar nos cofres públicos em forma de impostos. Projeta-se que pelo menos 170 mil empregos sejam gerados e 2,7 milhões de torcedores compareçam aos estádios.
O que se observa, entretanto, aponta Alcides Leite, é que os impactos sobre a economia, provocados por um evento como a Copa, variam de local para local. ´Geralmente, as copas do mundo vinham sendo realizadas em países mais desenvolvidos, com mais qualidade em infra-estrutura, e onde se necessita investir menos.
Já no caso do Brasil, se por um lado os investimentos serão maiores, por outro, dada a nossa condição, qualquer estímulo adicional trará impactos bem mais significativos sobre a economia que para os demais´, conclui.

Anchieta Dantas Jr.
Repórter

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