Fortaleza e as demais cidades que abrigarão os jogos da Copa poderão estimular seu desenvolvimento por meio dos volumosos investimentos (Foto: Editoria de Arte)
A afinidade entre o esporte e os negócios há muito tempo vem se confirmando. Copa do Mundo virou sinônimo de maior consumo e de investimento, movimentando bilhões de dólares ao redor do globo. É assim para os países que participam e sobretudo para quem é sede. E não vai ser diferente em 2014, ano em que o Brasil será palco do evento, tendo, na oportunidade, Fortaleza como uma das 12 cidades-sede. Mais uma vez, o brilho da festa deverá extrapolar os gramados e a paixão pelo futebol poderá trazer não só mais uma vitória para o País, como também alavancar o desempenho da economia.
Analistas econômicos acreditam que o Brasil, assim como cada uma das cidades que abrigará os jogos da Copa, poderá estimular sua economia por meio dos volumosos investimentos, oficiais e privados, em diversos setores chaves, como construção, tecnologia e serviços. Essas iniciativas serão acompanhadas pela geração de milhares de empregos e que poderão trazer um impacto positivo durante muitos anos.
Além disso, ao promover o evento mais importante do cenário esportivo global, levando-se em conta que bilhões de pessoas acompanharão os jogos pela televisão e internet, o País terá a oportunidade ainda de fortalecer sua imagem de potência emergente, ao mostrar avanços concretos na solução de problemas estruturais que ainda persistem.
E as primeiras cifras já chamam a atenção. Estudo da Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib) indica que serão aplicados o equivalente a R$ 110 bilhões pelos próximos cinco anos — isso somente em infra-estrutura. Na Capital cearense, o volume de oportunidades também é bastante considerável.
Para atender as exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa), conforme anunciado, na última semana, pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Fortaleza, serão destinados R$ 9,4 bilhões, que vão muito além da simples reforma e modernização dos estádios de futebol — Castelão e Presidente Vargas —, mas que passam por investimentos em meio ambiente e saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, segurança, saúde, energia, telecomunicações e turismo.
Investimentos públicos diretos, observa a economista Eloisa Bezerra, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, que equivalem a 16% do valor do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, referente ao ano de 2008. ´Sem contar os investimentos privados que ainda estão por vir´, lembra.
Entretanto, segundo ela, ainda é cedo para medir com precisão os impactos do mundial de futebol sobre a expansão da economia local. Com o que concorda o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite. ´Além do volume de investimentos, isto vai depender também de como vai estar a conjuntura até lá´, fala.
Por outro lado, acredita o economista Pedro Jorge Ramos Vianna, coordenador da Unidade de Economia e Estatística do Instituto Industrial do Ceará (Indi), órgão de pesquisa ligado à Federação das Indústrias do Estado (Fiec), ´só com os investimentos públicos, já é possível afirmar que a economia estadual não deverá crescer menos do que 5% em cada um dos próximos anos, até a realização da Copa´.
Isto se explica, avalia, se for levado em conta que cada R$ 1 gasto gera, em contrapartida, R$ 2 de incremento no PIB. ´Fazendo as contas são quase R$ 2,5 bilhões em investimentos a cada ano até 2014, o que equivaleria a um impacto de quase R$ 5 bilhões anuais no PIB do Ceará, indicando, dessa forma, pelo menos 5% de expansão da economia local´, calcula.
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