Por Benê Lima - Benê Lima
Entre as frases feitas e as refeitas no ambiente do futebol jogado, a que melhor define o desempenho do time do Ceará diante do mineiro América, é a que sustenta que “o ataque começa na defesa”. E é mesmo. Ou assim tem-se mostrado. Isso dá caráter quase assertivo à frase, o que enseja às comissões técnicas moldarem seus trabalhos a partir dela.
Na partida de ontem, tantos foram os desarmes da equipe alvinegra, que isso acabou resultando no desafogo do reduto do goleiro Fernando Henrique, bem como no maior número de jogadas ofensivas da equipe de Paulo César Gusmão em um jogo fora de casa. De outra parte, mas ainda sob a premissa da retomada da bola, a transição ofensiva contou com muito mais quantidade, situação que veio em proveito do aumento da qualidade. Apenas para corroborar a tese e prevenir-me contra as antíteses, fica o registro de que tamanha consistência defensiva alvinegra não tem anterioridade no presente Brasileiro, pois certamente não há registro em estatísticas, scouts, relatórios, o que seja.
Numa apreciação menos minudente e mais generalista, é natural que se abstraia os aspectos mais críticos do desempenho da equipe do Ceará, a eles sobrepondo os traços mais característicos dos elogios. No entanto, neste ponto é importante reproduzirmos o pensamento de Claudio Bernabucci, quando diz: “Para reverter esse quadro perigoso [do pensamento único], é preciso que se difunda o pensamento crítico, hoje minoritário. O papel da mídia independente é de informar sobre os fatos e ideias que os outros não querem ou não podem contar”.
A marcação do Ceará foi fator determinante para a vitória
Portanto, que os que comandam o Ceará Sporting Club não se deixem embevecer, nem pelas derrotas nem pelas vitórias episódicas, analisando um e outro extremo com a clarividência que as situações exigem, a fim de que não se mistifique a produção, este que é o mais confiável e consistente fator de avaliação.
O Ceará ganhou do América com autoridade, embora a construção do placar, como se deu, não sustente com objetividade cartesiana o conteúdo de tão contundente afirmação. Mas também não há porque refutá-la, sobretudo quando ainda contamos a nosso favor com os componentes da subjetividade e da sensibilidade.
Fotos: Rodrigo Clemente
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