PARA RECORDAR
ALENCAR, era ex-jogador do Ceará Sporting, natural de Maracanaú e que brilhou na Bahia como jogador e como treinador.
Publicado por Luiz Berto em ENXUGANDOGELO - José de Oliveira Ramos
Esporte Clube Bahia: AGACHADOS - Marito, Alencar, Léo, Elizeu e Biriba
Corriam céleres os anos da década de 50, quando o Ceará Sporting Club recebeu uma proposta considerada irrecusável pelo então manda-chuvas alvinegro, José Elyas Bachá, pelo atacante Alencar.
Menino ainda, imberbe, ao lado de Bebeto, Alencar, nascido no município cearense de Maracanaú com o nome de Joaci Freitas Dutra, era o principal goleador não apenas do Ceará Sporting, mas do futebol alencarino.
Mesmo na tenra idade, Alencar fora convocado em várias oportunidades para defender a camisa da seleção cearense que, naquela época disputava o Campeonato Brasileiro de Seleções.
E foi exatamente numa dessas apresentações, contra o selecionado baiano que o menino foi visto “arrebentando” com o adversário no Estádio da Fonte Nova.
José Elyas Bachá nem discutiu a proposta. No dia seguinte, depois de uma rápida despedida dos pais e dos parentes em Maracanaú, Alencar se mandou para o tricolor da Boa Terra e passou a compor um dos maiores ataques da história do Esporte Clube Bahia: Marito, Alencar, Léo e Biriba. Mas o time ainda tinha como destaques o goleiro Nadinho e o zagueiro Henrique.
Os pontos fortes do jovem atacante eram o arranque, com muita velocidade e o chute forte e certeiro, quase sempre indefensável para os goleiros. Naquela época, os times brasileiros jogavam com quatro atacantes, todos atuando ofensivamente. Léo, que depois jogaria pelo Fluminense do Rio de Janeiro, era o camisa 9. Marito era o camisa 7 e Biriba o camisa 11. Alencar só poderia ser o camisa 8.
No tricolor baiano Alencar conquistou o primeiro título importante, talvez o mais importante da sua carreira esportiva. O cearense de Maracanaú foi campeão da Taça Brasil em 1959 (em cima do Santos, com Pelé e companhia), com o estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro) completamente lotado para a decisão: 1 x 0, gol de Alencar.
O atacante cearense deixou boas lembranças ao torcedor do Tricolor da Boa Terra. Mas não foi só no Bahia que Alencar jogou. Ele começou a carreira no Ceará, onde conseguiu grande destaque e, no começo dos anos 60, logo depois da conquista histórica do Bahia, Alencar se transferiu para o Palmeiras, onde jogou ao lado de Valdir de Moraes, Geraldo Scotto e companhia.
Depois da Sociedade Esportiva Palmeiras, Alencar também defendeu o Botafogo de Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro; o Bangu Atlético Clube, onde encontrou Ademir da Guia iniciando a carreira em Moça Bonita; o Botafogo de Ribeirão Preto (SP); a Ferroviária, de Araraquara (SP) e o Juventus (SP), antes de voltar ao Bahia no final de carreira.
Apesar de ter jogado em todos esses times, Alencar encerrou a carreira muito jovem. Tinha apenas 31 anos. Treze anos depois de iniciar no Ceará Sporting Club.
Depois de pendurar as chuteiras, Alencar foi ser técnico de futebol. Ele trabalhou em vários clubes do Nordeste, como o Ipiranga, de Salvador/BA; o Treze, de Campina Grande/PB; o Fluminense, de Feira de Santana/BA; o próprio Esporte Clube Bahia e na Catuense. Ele revelou até o artilheiro Bobô – herói do título brasileiro do Bahia em 88, na Catuense no começo dos anos 80.
Alencar, que foi casado com Dona Maria de Lourdes, deixou mais dois filhos além de Paulo Edílson: Patrícia e João Paulo. Alencar morreu em Salvador/BA, em 1990, vítima de hepatite.
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