Desenvolvimento do físico, melhora da concentração e do controle sobre o corpo são apontados pelos próprios alunos
Equipe Universidade do Futebol
A África do Sul se prepara para a realização da edição de 2010 da Copa do Mundo. Mas longe dos aspectos de infraestrutura e construção de novas arenas, grupos de jovens aspirantes a jogadores profissionais traçam particularmente a obtenção de sucesso em suas carreiras. Em um ambiente fechado, com sapatilhas e roupas bem justas.
O ballet entra no currículo desses atletas que, um ano após terem iniciado os primeiros passos em uma escola específica, dizem ter evoluído em termos de preparação física, controle do corpo, concentração, disciplina e na musculatura dos membros inferiores.
Vindos majoritariamente da África Austral, cerca de 40 alunos ingressaram na Academia de Arte e Desporto, em uma pequena localidade entre Joanesburgo e Pretória. E os cânones artísticos e desportivos tradicionais estão sendo revolucionados por Patrícia Lumwilla, professora da dança clássica da instituição.
A combinação, de acordo com Lumwilla, nasceu quando um terapeuta analisou lances do argentino Diego Maradona. Ele teria concluído que o ídolo da modalidade e hoje treinador da seleção sul-americana usava no seu invejado jogo passos de ballet clássico.
A professora revelou ainda em entrevista à agência France Presse que o mais famoso era um espetacular pontapé que estaria relacionado a um “rond jambe” – um dos primeiros exercícios de rotação das pernas realizados na barra durante uma aula de ballet clássico.
Em termos práticos, os alunos-jogadores se condicionariam a fazer arremates mais fortes e, no caso dos goleiros, pegar as bolas no ar, em lances de cruzamentos longos, com mais facilidade.
Se no início os alunos pareciam reticentes às aulas, em um total de oito horas semanais, sobretudo por causa da roupa associada ao universo feminino, agora, diz Lymwilla, estão convencidos.
Os interessados só são admitidos após provas de seleção e chegam a desembolsar uma quantia de aproximadamente 11.000 euros anuais com os ensinamentos – foram atribuídas, também, bolsas de estudo para permitir a formação aos que não têm possibilidades financeiras comprovadas.
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