DULCE ROSALINA - In Memorian
A torcedora símbolo do Vasco
Vascaína desde pequenina, assídua freqüentadora dos jogos de seu time desde a infância, em 1956 ela foi convidada por um grupo de torcedores para chefiar a Torcida Organizada do Vasco. Fato inédito na época, já que todos os chefes de torcida eram homens. Apesar de saber que dentro do clube não havia nenhum tipo de problema, por um momento ela se preocupou com a recepção que teria uma mulher nas arquibancadas. Mas o coração falou mais alto e ela resolveu enfrentar.
Mas foi muito bem recebida e tratada sempre com muito carinho e respeito, tanto pelos vascaínos como também pelos chefes das torcidas adversárias. Quando acabava um jogo, fosse no Maracanã, em São Januário, ou em qualquer estádio, saiam para jantar juntos, e faziam aquelas brincadeiras; "o seu clube não é de nada!" Apenas brincadeiras sadias, sem brigas nem ofensas, bem diferente do que se vê hoje.
Essa mulher pioneira teve uma grande participação na história do Vasco porque além de animar a torcida, inovando ao trazer bateria, papel picado e serpentina, ela exercia uma forte influência no sentido de fazer com que os torcedores na época se associassem ao clube. Para ela o mais importante era ajudar o crescimento do Vasco.
Em 1968 sofreu um grave acidente na Via Dutra numa viagem com a torcida para São Paulo e ficou dois anos afastada. Mas, assim que ficou boa, voltou para os estádios.
Em 1976, por motivos políticos, Dulce Rosalina deixou a TOV. Era ano eleitoral no Vasco da Gama, e a presidência do Clube estava sendo disputada entre Agathyrno Silva Gomes, que tentava a reeleição (era presidente desde 1969), e Medrado Dias, candidato da oposição. Dulce Rosalina resolveu aderir à candidatura de Medrado Dias e, para não bater de frente com seus companheiros da TOV, decidiu por bem abandoná-la, fundando uma nova torcida, a Renovascão Vasco Campeão.
Dona Dulce faleceu no dia 19 de janeiro de 2004 e a seu velório compareceram até integrantes de torcidas organizadas de outros clubes. No mesmo ano, em 17 de abril, a prefeitura do Rio de Janeiro reconheceu a importância de Dulce Rosalina para o desporto carioca ao mudar o nome da Rua Amazonas, próxima a São Januário, para "Rua Dulce Rosalina".
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