BID não é obrigatório em estaduais
Jorge Mota também desconhece irregularidades nos contratos dos 44 atletas (Foto: Kiko Silva)
A tese de que o BID deva ser peça obrigatória para os campeonatos estaduais não conta com opinião unânime
Enquanto Fortaleza e Horizonte, nas quatro linhas, mostram o que há de bom no Campeonato Cearense, fora do gramado, reina uma polêmica sobre possíveis jogadores irregulares. Atletas teriam atuado antes que seus nomes aparecessem no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF.
Ocorre que a reportagem do Diário do Nordeste entrou em contato com o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt. “O BID é indispensável para as competições nacionais, como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Para os Estaduais, o que vale é o regulamento da competição. Não é vedado às Federações que utilizem o BID como condição para registro, mas o importante são os regulamentos. São eles que irão determinar se o atleta a ser registrado precisará aparecer no BID no tempo certo”, declarou o procurador.
A palavra do procurador do órgão judicante máximo do esporte brasileiro vem dar uma luz à suspeição de que estariam irregulares jogadores de quase todos os clubes cearenses, com exceção de Fortaleza e Ferroviário. Vários atuaram com seus nomes aparecendo no BID somente dias depois das respectivas partidas.
O advogado da FCF, Jorge Mota, reforça a opinião de Paulo Schmitt e diz que a FCF recebeu no dia 7/04/08 um ofício, o qual prescreve que o atleta que faz o primeiro contrato com o clube tem até 20 dias para atuar, até que seu nome apareça no BID. E outros em situação diferente, têm até 30 dias e os mesmos recebem o alvará da entidade para atuar.
Os 44 atletas que estariam irregulares são: Boa Viagem - Paloma, Erilson e Índio. Icasa -Isac, Zé Augusto, Toni, Rafael, Esquerdinha, Cleiton Mineiro e Alan. Ceará - Lelê, Felipe Almeida, Jarbinha, Pedro, Rodrigues, Chicão, Thiago Almeida, Flavinho e Bizarro. Guarani - Júnior Santos, Deivid, Rafael, Fabinho, Maxuel, Marcos Paulo, Thiago Santos e Tobias. Itapipoca - Santiago, Bareta, Ricardo e Betinho. Quixadá - Lequinha, Dudu, Joãozinho, Cleiton e Darlan. Horizonte - Puxa, Piva, Breno, Reginaldo, Eusébio, Stênio e Léo Jaime. Uniclinic - Robson Carioca.
DE UM A 44
Tudo começou com protesto do Caso Piva
A hipótese de que 44 jogadores do Campeonato Cearense estariam irregulares começou com o protesto do Uniclinic contra o Horizonte, por causa da inclusão do jogador Piva. No entendimento do advogado do Uniclinic, Dênis Luís, e dos seus colegas, Fernando Comaru (Ferroviário) e Clarke Leitão (Guarani), Piva foi registrado depois de ter jogado e sua rescisão não constaria no contrato atual com o Galo.
O presidente do inquérito que investigou uma possível irregularidade de Piva, Irapuan Diniz de Aguiar, já deu parecer à presidência do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol (TJDF), pedindo o arquivamento do processo, no que foi acompanhado pelo presidente do órgão, Hélder Mesquita. Ele disse em seu despacho não ter encontrado nenhuma “mácula às normas da legislação esportiva”. Porém, Dênis, Clark e Comaru deram entrada em um recurso voluntário, no qual pedem à reabertura do caso. A irregularidade de Piva se baseiaria no seguinte: o atleta tinha contrato com o Quixadá, valendo de 15 de janeiro de 2007 a 1ºde janeiro de 2008. Com o Horizonte, ele assinou um novo contrato de 15 de dezembro de 2007 a 15 de maio de 2008 e seu nome só apareceu no tal BID só no dia 13/02/2008, quando ele já tinha atuado oito partidas pelo Horizonte. Os opositores querem que o Horizonte perca 48 pontos pelo total de partidas em que o atleta atuou. Dênis diz que o artigo 34 da Lei Pelé manda que os contratos dos atletas sejam registrados na CBF. Porém, Edson Mourão, advogado do Horizonte, diz que a Lei Pelé já foi revogada em muito pontos.
Por: Ivan Bezerra
Repórter DN
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