domingo, 24 de maio de 2009

Cintanegrinos! Clube dos Príncipes! O Maguary esta de volta

Fonte: www.artilheiro.com.br

MAGUARY: DE VOLTA PRO FUTURO II

news_21005 Novo escudo do Clube

Por quase vinte anos, entre as décadas de 1920 e 1940, o Sport Club Maguary figurou entre as principais forças do futebol no Ceará.
Criado em 24 de Junho de 1924, no bairro do Alagadiço (hoje São Gerardo) pela família Barbosa Freitas, fazia parte do seleto quadro de sócios do clube boa parte da elite fortalezense.

O futebol, esporte ainda tido como marginal era praticado pelos jovens associados, uma inovação, para a época.
A primeira competição oficial que o Maguari participou foi o Estadual de 1927. No qual teve uma boa participação, ficou em 3º lugar, atrás apenas de Fortaleza (campeão) e Fluminense (vice) e à frente dos tradicionais Nacional (4º), Ceará (6º) e América (7º), no ano seguinte 1928 o Maguary conseguiu o primeiro vice-campeonato.

Vestidos de branco, com uma listra preta horizontal na altura do peito, calções e meiões negros compunha o uniforme da aristocrática agremiação.
Os atletas ganharam o apelido de cintanegrinos. Contudo, o Maguary não demorou muito para passar a ser conhecido pelo nome que o consagrou nos gramados: “Clube dos Príncipes”, em virtude da maioria dos atletas serem jovens oriundos da elite social fortalezense, segundo, José Leite Jucá, último presidente do clube.

Graças ao bom desempenho do time, o Maguary passou a agregar simpatizantes em todas as classes sociais de nossa cidade, na década de 40, rivalizava com o Ceará em torcida, muito a frente de Fortaleza e Ferroviário.

O crescimento dos cintanegrinos veio associado aos títulos.
Entre 1927 e 1945 o clube disputou o Cearense vencendo em quatro edições (1929, 1936, 1943 e 1944) e foi vice-campeão em sete oportunidades, possuindo ainda o artilheiro estadual em cinco edições.

Após conquistar o bicampeonato em 43/44, o Maguari entrou como favorito para o campeonato de 1945, mas perdeu o tri por apenas um ponto para o Ferroviário.
A derrota abateu os príncipes, que, em meio à crise financeira e brigas com a ADC (Associação Desportiva Cearense) deixaram o futebol ainda naquele ano.

Os esforços e recursos do clube foram revertidos para a construção da sede social que o Maguary possuiu por muito tempo na Rua Barão do Rio Branco, O clube parou o futebol, mas continuou sua vida social.

O escritor e pesquisador Airton Fontenele afirma que em temporada de amistosos no Ceará em 1939 o Esporte Clube Bahia, que no ano anterior, haviam saído invictos de excursão em nosso Estado, vencendo os cinco jogos disputados. perdeu a invencibilidade em terras cearenses justamente para os “Príncipes”, que venceram os baianos pelo placar de 4 tentos a 2.
“Foi um acontecimento para a época”, assegura o pesquisador.

No livro “A Verdadeira História do Futebol Cearense – 1903 a 1955”, do pesquisador baiano Frederico Maia, ele aponta os motivos que levaram a equipe cintanegrina a abandonar o futebol em 45. “Tendo em vista as grandes despesas realizadas com seu quadro de futebol, não compensadas com as rendas do Campeonato, o afastamento do seu dinâmico presidente Egberto de Paula Rodrigues, que ingressava na política, e, especialmente, a construção de sua sede social, onde despenderia vultosa soma de dinheiro, resolveu a Diretoria do Maguari abandonar as atividades futebolísticas, afastando- se em definitivo da FCD (Federação Cearense de Desportos)”.

Além da vida social, e do futebol o Maguary se destacou também em outros esportes. O clube foi campeã estadual de basquete, na década de 50, e também disputou competições oficiais de voleibol e futebol de salão.

Em 1972, com o nome de Maguari Esporte Clube “o clube dos príncipes” retornou ao futebol porem sem o brilho de antes. Não deu certo, parou novamente em 1975, fechando definitivamente as portas.

Na reunião do conselho arbitral da terceira divisão da FCF (Federação Cearense de Futebol) nesta terça- feira (19) os participantes da referida reunião tiveram a grata surpresa de ouvir do Professor Aguiar Junior o desejo de fazer retornar ao futebol cearense o Sport Club Maguary, iniciando esta volta pela terceirona.

“O projeto do retorno era para 2010” diz Águia Junior. Porem ele acredita que com o prazo que foi dado pela federação aos clubes (até 01/06) para regularizarem-se, o Maguary poderá cumprir as exigências do regulamento e certamente já deverá participar do campeonato ainda este ano.

Com pessoas interessadas no retorno dos príncipes ao futebol garimpando jovens valores em nossos subúrbios e já com o Estádio Murilo Borges em Messejana a disposição dos cintanegrinos, (com laranja como os holandeses ao invés do branco que ficará para o uniforme dois), falta muito pouco para o Sport Club Maguary nessa nova fase... De futebol - empresa retornar aos gramados cearenses.

Ronaldo Déber

4 comentários:

Raimundo Júnior disse...

Eis uma singela apresentação da indiscutível grandeza, pertinente a agremiação, detentora de belo registro no cenário desportivo local e fascinante história... Sport Club Maguari(y).

Mesmo considerando a ausência nos gramados, por dois períodos, somando extensos intervalos de vinte e seis anos, entre 1945/1971 aos trinta e quatro anos, entre 1975/2009, que resulta sessenta anos, ainda continua mantendo expressiva marca no “ranking” cearense. Quantas conquistas teriam enriquecido bem mais, a já vitoriosa história desta simpática e querida agremiação.

Entretanto, a sede social, congregada as diversas modalidades amadoras, até aquela data possível, sempre acolheu prazerosamente os frequentadores, oriundos da sociedade alencarina, extensivo a convidados e visitantes. Sendo intitulado de "Clube dos Príncipes", conheceu a sua princesa, Emília Correia Lima, em 1955.

Em sua edição inicial, no certame da primeira divisão de futebol, compreendendo de 1927 a 1945, pois, 1925 e 1926, participou de amistosos e torneios, das 19 (dezenove) temporadas oficiais, em 17 (dezessete) delas, chegou entre os três primeiros colocados, ao final de cada disputa.

Assim, configurou-se seis vezes na 3ª colocação, sete vezes na 2ª colocação, ou seja, vice-campeão, principalmente quatro vezes na 1ª colocação, ou seja, o título máximo - CAMPEÃO. Vale salutar que dentre os quatro títulos conquistados, inclui um BI-CAMPEONATO INVICTO E ARRASTÃO, nas duas campanhas.

Na sua segunda edição, uma honrosa 3ª colocação, ao final daquele campeonato cearense de 1972, marcando o retorno com forte indício de que repetiria o mesmo feito de outrora, além do título que se sagrou como o primeiro campeão do Estádio Plácido Aderaldo Castelo, o “Castelão”, vencendo o Torneio Breno Vitoriano, em dezembro/1973, realizado para comemorar a inauguração da grande praça esportiva do estado.

Com o recente retorno ao futebol profissional cearense em 2009, mediante reconhecida iniciativa e empenho reunido do grupo de competentes entusiastas, liderados pelo dinâmico empreendedor, o Dr. Aguiar Júnior, enseja-se que através dos gramados, onde obteve brilhante êxito, sirva de passaporte para resgatar todo o complexo denominado Maguari(y) na íntegra, que envolve o time de futebol – a sede social – os esportes amadores.

Nesta terceira edição, por tempo indeterminado, logrando sucesso, nas etapas que humildemente sujeitar-se-á, logo alcançará o acesso ao merecido lugar que lhe pertence, na primeira divisão de futebol, aguardado para novas conquistas.

Graça e Paz!
Raimundo Júnior.

Raimundo Júnior disse...

Ref. comentário postado em 25/05/2010-21:11h.

Aonde está grafado… “empenho reunido do grupo de competentes entusiastas”… Compreender a expressão mais adequada: …”empenho reunido do grupo de competentes idealizadores”…

Grato,
Rdo.Jr.

Raimundo Júnior disse...

Posições ocupadas pelo Maguari(y), entre os três primeiros colocados de cada disputa cearense, em 17 das 19 temporadas oficiais, durante a sua edição inicial, na primeira divisão de futebol, de 1927 a 1945:

3º em 1927-31-33/34-41/42;
2º em 1928-30-32-35-37/38-45;
1º em 1929-36-43/44.

Saudações,
Rdo.Jr.

Raimundo Júnior disse...

O desporto cearense é pra se orgulhar de um dia… na sua história, ter surgido uma agremiação de tamanho suporte, representada por um glorioso esquadrão, que fazia tremer qualquer adversário. Não trata-se de clubismo, apenas RECONHECIMENTO.

Saudações,
Rdo.Jr.