segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um Brasil de nomes esquisitos

Campeonatos estaduais revelam nomens nada comuns entre jogadores que atuam no futebol brasileiro

Por: Diego Marrul e Leandro Duarte


Ilustração/Zanon

Nomes estranhos não faltam aos registros dos cartórios brasileiros. Madeinusa (made in USA, em inglês), Waldisney (não seria Walt Disney?) e Melguiss (uma licença poética, por assim dizer, para Mel Gibson), entre tantos outros, estão na lista de esquisitices. No mundo do futebol não é diferente. Basta uma olhada na lista de inscritos dos campeonatos estaduais do Brasil para perceber um sem-número de graças “diferentes”, para ficar no eufemismo.

Sem sair dos times chamados grandes, já é possível notar nomes bastante incomuns. No Palmeiras, Keirrison e Lenny são exemplos. É verdade que, de tanto serem reproduzidas, as inscrições que aparecem nas costas dos uniformes passam a ser assimiladas com maior naturalidade. Mas a dupla bem que tem nomes originais, não?

No sul do país, Mithyuê e Réver, do Grêmio, bem como Rosinei, do Internacional, encabeçam o rol de nomes nada usuais dos grandes times. Passando pelo Campeonato Mineiro, as duas principais forças têm em seus elencos Sheslon (Atlético), Elicarlos e Jael (Cruzeiro). Chegando ao Rio de Janeiro, o “tour” fecha com chave de ouro. Além do botafoguense Maicosuel (que é pronunciado como se tivesse dois “s”), outro jogador vem chamando atenção, o atacante Rodrigo Pimpão, do Vasco. E olha que Pimpão não é apelido; é sobrenome mesmo.

Segundo o jogador, os nomes incomuns contribuem para uma maior provocação entre as torcidas, o que é saudável para os campeonatos estaduais, sempre sustentados pela tradicional rivalidade entre os clubes. “Creio que esses nomes diferentes fortalecem a brincadeira entre os torcedores, o que é bom para a competição. As pessoas estranham e brincam com o meu nome, mas não posso deixar que isso atrapalhe o meu trabalho dentro de campo”, disse Pimpão ao site Justicadeportiva.com.br.

Se os campeonatos estaduais do Sul e Sudeste do Brasil têm nomes inusitados, os do Nordeste, então, são um prato cheio. Você já ouviu falar em Richely, do Bahia, e Badio (seria uma homenagem ao ex-jogador italiano Roberto Baggio?) do Ipitanga? E em Nerylon e Gilmak, do Fortaleza? No rival Ceará, o destaque vai para Eanes. Ainda no Campeonato Cearense, Juranilson, do Quixadá, e Marleudo, do Boa Viagem, marcam presença.

E os apelidos...

Enquanto os nomes de muitos jogadores causam estranheza, os apelidos provocam risadas, mesmo. Que o digam os torcedores do Boa Viagem/CE. A diretoria do clube parece ter um dom para contratar atletas com pseudônimos pra lá de esquisitos. O que falar do trio Tela, Paloma e Quiboa (este último se refere à expressão nordestina para água sanitária!)? E do banco de reservas da equipe, que nos remete a uma verdadeira fauna: Gato, Puma e Rabicó?

No Icasa, a confiança pode ser depositada em Piva (cujo nome é Ariolino!) e Cipó. Mas quem chama atenção, de fato, na lista de inscritos do Campeonato Cearense, é Alex Vampirinho, do Guarany/CE. O perigo é a torcida chamá-lo de “chupa sangue”.
Ainda nos estaduais, é possível reparar num potencial repertório “musical” dos clubes. Que tal ter Pagodinho como atacante? A essa pergunta, só os torcedores do Ipitanga/BA podem responder. E quanto aos que nos remetem a duplas sertanejas, como Buiu e Bodi, do Poções/BA, Gil (Gilfrásio) e Gel (Geandesron) – essa é mesmo de deixar o cabelo em pé -, do Feirense/BA, Simônio e Sananduva, do Santa Cruz/RS, e Rio Pardinho e Gavião, do Avenida/RS. Esses são de fazer inveja até a Milionário e Zé Rico.


FONTE: Justicadesportiva.com.br.

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