quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Nova Coluna do Gualber Calado:

Administração e o Marketing Esportivo – O futebol visto além do gramado.

A partir de agora esta coluna será desenvolvida com o objetivo de retratar o mundo da Administração e do Marketing Esportivo. Vamos focar o futebol cearense como prioridade, porém não deixaremos de verificar o que se passa neste setor no Brasil e no Mundo Esportivo como um todo. Tudo que estiver acontecendo na Administração Esportiva do Estado do Ceará será acompanhado. Os bastidores dos principais clubes do futebol cearense suas ações administrativas em busca da profissionalização do futebol como uma empresa que precisa ser auto-sustentável e buscar recursos diversos no mercado esportivo. O Marketing Esportivo será parte em destaque uma vez que suas ações nortearão o segmento nos próximos anos.

Administração Esportiva

Considero a Administração Esportiva no Estado do Ceará atrasada, retrograda, cheia de “falsos administradores” gestores que assumem funções por vaidades ou condicionamento financeiro exarcebado. Daí podemos dizer que será preciso uma revolução em cada clube para que esta cultura seja modificada.

Acredito que esta estrutura seja herança da cultura “Taylorista” de administrar, onde nenhum valor era tão essencial que a produção de capital. Fazendo uma analogia com o nosso futebol (empresa) a Teoria Clássica da Administração buscava melhorar a eficiência do trabalhador fazendo uso do estudo de tempos e movimentos e de um sistema de pagamento por peça produzida, isto é, no futebol os gestores/torcedores se preocupam em querer ver resultados de seus comandados a partir de uma remuneração difícil de ser mensurada em relação o seu custo benefício. São jogadores que custam caro para o clube e seus gestores/torcedores não desenvolvem outros aspectos já definidos cientificamente e evoluídos com o tempo, numa visão microscópica do homem, concentrando seus estudos apenas nos aspectos físicos do trabalho, ignorando a visão multifacetada do ser humano, desconsiderando seus aspectos social, emocional e psicológico. E o futebol por ser um esporte coletivo formado por indivíduos que não necessariamente estão em sinergia “in moment” precisa ser repensado com uma visão holística e moderna onde o ser humano é elemento passível de alterações comportamentais.

Nesta coluna vamos conversar sobre situações e casos do dia-a-dia dos clubes de futebol e esportivos e fazer um estudo comparativo com a evolução cientifica administrativa.

Marketing Esportivo

Para iniciarmos falando de Marketing Esportivo vou falar da problemática do marketing. Um estudo histórico de como se desenvolveu o processo de produção, venda/distribuição e consumo das mercadorias no contexto social certamente indicará algo pouco estudado na Educação Física e nos Desportos: a exploração do trabalho, a obtenção da mais-valia e o processo de acumulação do capital.

A expressão marketing entra no cenário como um processo de construção "científica" de resultados significativos na conquista do mercado. Sua construção teórica está centrada fundamentalmente nas leis de mercado, onde a produção é social e a apropriação do capital é individual.

Não por acaso, estando dentro do sistema capitalista estaremos sempre submetidos às suas leis de mercado, onde o "ser humano" estará sempre em segundo plano. Conceitualmente, o esporte em nossa sociedade, submetido às leis de mercado também é um trabalho.

Os grandes vencedores no esporte não são os atletas, mas quem comercializa, veicula e administra o esporte. Submetidos às leis de mercado, no capitalismo estão todas as manifestações da vida humana. O esporte é apenas uma delas, mas que tem ganhado um espaço cada vez mais acentuado. Marketing esportivo é uma proposta “científica” de vender a mercadoria "esporte" obtendo retornos imensuráveis. Os ganhos são incalculáveis, pois envolve a imprensa como veículo, a propaganda como negócio, o comércio de mercadorias esportivas, a construção da logomarca de um produto que se torna cada vez mais aceitável socialmente.

No esporte de rendimento (como o futebol) vende-se e comercializa-se não apenas a mercadoria-espetáculo, mas os seus atores. Como a promoção deste espetáculo traz um retorno enorme aos seus comerciantes, a sua proliferação acentua-se, pois a lógica de mercado orienta o modelo de esporte de rendimento, alicerçada na conquista e na construção de mitos.

A comercialização dos atletas, muitas vezes escravizados por contratos impositivos, constrói cartolas, empresários esportivos e uma interação direta das empresas na organização e administração das equipes e atletas.

O objetivo de uma empresa, por exemplo, salvo poucas exceções não é pelo esporte em si, mas fundamentalmente pelo lucro que ele pode representar. Resta-nos questionar através dos modelos que aí estão, até onde vai o desenvolvimento destes paradigmas.

As estratégias de marketing são as mais diversas possíveis, e é por isso que desenvolveremos esta coluna quinzenalmente abordando os aspectos estratégicos dos clubes/empresas e das ações de seus gestores.

Até breve,

Gualber Calado
Adm. Esp. Marketing Estratégico e Franchising

“As estratégias devem estar subordinadas aos objetivos. Isto é, elas só são relevantes na medida em que ajudam a alcançar os objetivos.” J. Scott Armstrong

Bibliografia: Artigo do Prof. Valmir José Oleias; KOTLER, Phillip Administração de Marketing 12 Ed, Pearson, 2006.

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