segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ENTREVISTA DO DIA - Dep. Silvio Torres

Este foi o entrevistado de hoje no Programa Jurani Parente.

Deputado SILVIO FRANÇA TORRES
Profissão: JORNALISTA E EMPRESÁRIO
Partido/UF: PSDB - SP - Titular
Gabinete: 536 - Anexo: IV - Telefone:(61) 3215-5536 - Fax:(61) 3215-2536
Legislaturas: 95/99 99/03 03/07 07/11

Entre outras perguntas o enfoque da entrevista foi baseado no material enviado por sua acessoria de imprensa.

SILVIO TORRES QUER INVESTIGAÇÃO SOBRE VENDA DE JOGADORES
PARA O EXTERIOR


A pedido do deputado Silvio Torres (PSDB-SP), a Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados promove nesta quinta-feira (13), às 9 horas, audiência pública para tentar esclarecer a parceria Corinthians/MSI e o uso de clubes de futebol em geral para lavagem de dinheiro. Participarão da reunião, como convidados, o jornalista Flávio Adauto, o presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Antonio Roque Citadini; o empresário André Sanches; e o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportivo, Rubens Approbato. Todos eles são membros integrantes do Conselho Deliberativo do Corinthians. O presidente licenciado do clube paulista Alberto Dualib e seu vice-presidente Nesi Curi e outros denunciados também foram convidados para participar da audiência pública, mas, até ontem, terça-feira, não haviam confirmado presença.

Para Silvio Torres, a partir da divulgação pela Polícia Federal das conversas entre dirigentes do Corinthians e representantes do MSI (Media Sports Investment), as investigações sobre esta parceria terão de ganhar uma profundidade maior. “As evidências de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha são muito graves. E o que mais impressiona é que a polêmica parceria teria ultrapassado os limites do Corinthians, ganhando envolvimentos externos preocupantes, inclusive com a tentativa de se usar a influência da presidência da República”.

Investigação rigorosa
Silvio Torres é de opinião que é necessária uma investigação rigorosa inclusive nas transações milionárias de jogadores de futebol para o exterior. Os recursos envolvidos são fabulosos e não têm passado pelo controle das autoridades brasileiras.

“O futebol está sendo usado para lavagem de dinheiro pelo crime organizado, com ramificações internacionais, e por isso deve ser avaliado e discutido, com o objetivo de se criar mecanismos para proteger nosso futebol e nossos clubes” -- alerta Silvio Torres. “O interesse da MSI em se instalar no Brasil é de dupla natureza: primeiro, tendo muito dinheiro, como tem o seu dirigente Boris buscar onde desaguar esse dinheiro. E o futebol brasileiro é extremamente vulnerável, dado o grau de desorganização e de situação financeira precária que vive. É um alvo fácil para esse tipo de “ataque”. Por outro lado, vislumbrou-se no futebol brasileiro um modo de o Boris (Berezovski) conseguir um lugar seguro para ele, tendo de sair da Inglaterra, aportar”.

O deputado paulista não descarta a possibilidade de ser criada uma CPI, já que são “gravíssimas as denúncias reveladas pela Polícia Federal.”

A Comissão de Turismo e Desporto solicitou à Polícia Federal o envio do relatório de 72 páginas reunindo todas as conversas gravadas entre os dirigentes do Corinthians e do MSI.

Nova audiência
Silvio Torres já requereu à CTD uma nova audiência, a ser realizada provavelmente na próxima semana, para ouvir os promotores do Ministério Público de São Paulo que foram os autores das denúncias sobre irregularidades na parceria Corinthians/MSI.

FRAUDES NÃO SÃO PRERROGATIVAS APENAS DO CORINTHIANS, DECLARA SILVIO TORRES

A parceria Corinthians/MSI foi passada a limpo na Câmara dos Deputados durante audiência pública, realizada nesta quinta-feira (13), pela Comissão de Turismo e Desporto (CTD), atendendo requerimento do deputado Silvio Torres (PSDB-SP).

Participaram da reunião o jornalista e ex-assessor de comunicação do Corinthians Flávio Adauto; o presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Antonio Roque Citadini; o empresário André Sanches; o secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Júnior; e o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportivo, Rubens Approbato. Todos eles são integrantes do Conselho Deliberativo do Corinthians.

Pelas informações transmitidas por eles, as denúncias vão além do âmbito do clube paulista. “É consensual que todas essas fraudes não se restringem apenas ao Corinthains. O caso vivido por este é apenas um exemplo dos problemas que atingem todo o futebol brasileiro. É apenas a ponta de um iceberg” -- afirmou Silvio Torres.

Para o parlamentar, torna-se cada vez mais necessária uma CPI para investigar o uso de clubes de futebol para acobertar crimes. As condições para isso já existem. A sua oportunidade passará por uma avaliação da CTD.

Investigações da Polícia Federal apontam que o clube foi usado pelo magnata russo Boris Berezovski para lavar dinheiro obtido de forma ilícita no exterior. Para isso, ele teria usado como laranja o iraniano Kia Joorabchian, com a conivência de parte dos dirigentes do clube.

"Tudo isso que estamos vendo hoje no Corinthians reflete o estado geral do futebol brasileiro, que tem sido instrumenrtalizado, há vários anos como um canal de lavagem de dinheiro, de evasão de divisas, de sonegação fiscal e principalmente de enriquecimento ilícito de pessoas que se apropriam as entidades, sejam os clubes, ou até mesmo outras entidades esportivas, para seu beneficio próprio ou financeiro".

Mecanismos de controle
Para evitar que casos como o do Corinthians se repitam, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, defende a adoção de mecanismos legais que facilitem o controle financeiro sobre entidades esportivas. O secretário explica porque o chefe da máfia russa resolveu investir em um dos times mais populares do país.

"É um dinheiro pequeno para ele, no sentido do que ele queria objetivar como atividade fim. Era uma passagem que criaria para ele uma proteção social tendo sob seu comando um clube de massa onde se tem 20 milhões de pessoas que torcem ou que têm simpatia, e você cria um ambiente inadequado para que as autoridades possam chegar. São essas barreiras que a gente precisa quebrar".

Outra estratégia usada pela organização criminosa, segundo Torres, foi a tentativa de aproximação com membros do governo. Diálogos de dirigentes corintianos gravados pela Polícia Federal revelam que o grupo buscou apoio até no Palácio do Planalto para que o russo Boris Berezovski conseguisse se instalar de forma legal no país.

Legislação inadequada
Para Roque Citadini, que também é presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, o seu clube passa por uma terrível crise. A parceria com a MSI foi uma tragédia. Mas dessa tragédia poder-se-ão extrair muitas lições. Para Citadini, que foi contrário à celebração da parceria entre o clube paulista e o MSI, é necessário que algo tenha de ser feito para ajudar os clubes a superar as dificuldades presentes. Apontou como razões para essa situação a precariedade da legislação que diz respeito aos agentes de profissionais do futebol, e a forma arcaica como os clubes são administrados, sem obedecer a uma legislação adequada e rígida.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportivo, Rubens Approbato, afirmou que o futebol tem o poder de hegemonia. O Brasil se integra pelo futebol, por isso ele precisa ser preservado. Approbato reconheceu que seu clube vive um momento difícil, mas, em breve, encontrará o caminho para sua normalidade.

O jornalista Flavio Adauto declarou que o atual momento é apropriado para que todos que ocupam cargos no Corinthians se conscientizem que colaboraram, de uma forma ou de outra, para que o clube chegasse ao ponto que chegou. Para ele, é hora de se abrir espaços para novas lideranças.

Outra audiência pública
Na próxima quinta-feira, a Comissão de Turismo e Desporto promoverá outra audiência pública, para dar prosseguimento aos esclarecimentos sobre a parceria Corinthians/MSI. Participarão da reunião, como convidados, os promotores de justiça José Reinaldo Guimarães Carneiro e Roberto Porto, e os procuradores da República Silvio Luiz Martins de Oliveira e Rodrigo de Grandis. Foram eles os autores das primeiras denúncias sobre aquela parceria.

O deputado Silvio Torres avalia que as informações recolhidas nas audiências públicas podem fortalecer a idéia de criação de uma CPI. O parlamentar explica que ainda não apresentou requerimento para criação da comissão por acreditar que ela só vai trazer resultados efetivos se tiver o apoio de vários partidos.

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