segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A vida é um espanto

Por Tostão

A ciência esportiva, o desenvolvimento tecnológico e a estatística dão uma grande contribuição ao futebol e às análises do jogo, das equipes e dos jogadores, quando são acompanhadas de bom senso e de uma visão crítica dos números e dos fatos.

Os jornalistas comentaristas usam muito mais a estatística e as informações, o que é uma vantagem, do que ex-atletas. Estes são melhores nas análises dos lances, das intenções e das decisões dos jogadores. Júnior, da TV Globo, é preciso nesses comentários.

Paradoxalmente, os jornalistas, os mais apaixonados pela prancheta, costumam dar mais importância aos detalhes táticos e às estratégias dos técnicos. A maioria dos ex-atletas, desde a época em que atuavam, tem hoje, como comentaristas, menos preocupação com a ciência esportiva, o que é uma deficiência. Deveriam ser menos dependentes das intuições e dos achismos.

Com a evolução da ciência esportiva, não há mais lugar para treinadores e comentaristas "boleiros" nem para expressões do tipo "fulano conhece a linguagem do jogador". O futebol e o mundo mudaram.

Jornalistas gostam mais de explicar tudo, mesmo o que não tem explicação. Ignoram o acaso, como se fosse uma bengala para a ignorância. Muitos acham que o que acontece em um jogo é planejado, ensaiado. Por isso, passaram a analisar os jogos a partir do resultado e da conduta dos treinadores, o que supervalorizou os técnicos. O pior momento do futebol brasileiro foi justamente quando os técnicos foram mais endeusados, um contrassenso.

O maior compromisso de um comentarista, jornalista ou ex-atleta, não deveria ser com o resultado, e sim com a qualidade do espetáculo. Ganha-se e perde-se por muito pouco, e ganha-se de mil maneiras, mesmo com condutas medíocres e ultrapassadas. No Brasil, se ganhou, está tudo ótimo. Se perdeu, tudo péssimo.

Nenhum profissional, cientista, deveria perder a capacidade de observar, de perceber as subjetividades, de deduzir o que não está claro nem o que não foi dito. Parte da vida se passa nas entrelinhas. Não dá para medir, calcular, os encantos de um craque nem de uma partida.

A experiência de ter cursado uma faculdade e/ou de ter compartilhado estudos científicos é muito importante, mesmo quando isso não faz mais parte da atual atividade. O conhecimento, mesmo em outras áreas, amplia a capacidade de refletir, de conceituar e de propor soluções.

Freud, antes de criar a psicanálise, foi biólogo, médico, neurologista. Após longa carreira, disse que os grandes poetas e escritores já tinham imaginado muitas das coisas que ele aprendera e descobrira, e que ele só aprofundou e organizou cientificamente os conhecimentos.

Nos últimos 20 anos, trabalhei como comentarista e colunista. Assisti, com curiosidade, estranheza, admiração, crítica, proximidade e distanciamento, ao desenvolvimento da internet, um dos fatos mais marcantes, inacreditáveis, da civilização humana. A vida é um espanto.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

sábado, 30 de março de 2013

Assunto da semana: Jogador do futebol desmaia em campo. Motivo fome.

Convidados do programa: Gualber Calado, Saulo Tavares, Chagas Ferreira futebol feminino e professor Luiz Eduardo do plantão da Verdinha.

Bate papo com o jornalista Barroso Guimarães Apresentador da Cultura de Sergipe.

Outros assuntos do Domingo Esportivo:

Situação do futebol brasileiro e de atletas depois que acabam os campeonatos estaduais.

Qual time que tem a maior torcida do Brasil? Ceara e Fortaleza realmente, somos os maiores do nordeste em torcida? Qual o campeonato estadual com maior investimento em atletas? E o Cearense está em qual colocação no Ranking Nacional

Sorteios de camisas do Domingo Esportivo entre os ouvintes.

terça-feira, 26 de março de 2013

Marcas usam o esporte para sucesso na comunicação

Anderson Scardoelli

Conseguir a atenção do público e expandir a força da marca. Com esses dois objetivos o mercado esportivo brasileiro tem ganhado destaque entre as empresas. Essa foi a situação apresentada durante o 1º Seminário de Comunicação e Marketing Esportivo, realizado pelo Comunique-se Educação, divisão de cursos do Grupo Comunique-se, nesta quarta-feira, 13, em São Paulo.

Professor de storytelling e transmídia da USP e da ESPM, o sócio-diretor da Ativa Esporte, Bruno Scartozzoni, apresentou motivos que fazem as transmissões esportivas serem requisitadas por anunciantes. Para ele, o conteúdo desportivo atrai a paixão do público e o faz parar para acompanhar um jogo, num mundo em que estudo aponta que 40% das pessoas estão nas redes sociais enquanto assistem a televisão.

Scartozzoni explica que, além da atenção exclusiva, o esporte envolve paixão, fazendo com que uma transmissão de uma partida de futebol, por exemplo, deixe o telespectador com visão mais positiva em relação à parte publicitária. “O esporte é um dos últimos redutos da TV ao vivo. O jornalismo também, mas no esporte há mais espaço para inserir uma marca”, diz, ao salientar que o público está indo cada vez para outras mídias.

A força do esporte na mídia tradicional brasileira também foi abordada por Guilherme Guimarães, professor de marketing esportivo da FIA e diretor geral da Ativa Esporte. Porém, avalia que o país é dedicado a apenas uma modalidade. “O Brasil é um país ‘monoesportivo’. O futebol domina a mídia e o investimento”, comenta. O executivo ainda completa ao dizer que o processo está mudando e que rugby, artes marciais e vôlei estão em expansão na imprensa e no mercado publicitário.

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Especialistas em marketing abordaram relação de marcas com a comunicação por meio do esporte (Imagem: Nathália Carvalho)